sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Atletas superam seus limites

Paulo Sérgio Salmin Filho, 15 anos, é portador de má-formação congênita femural, ou seja, ele não tem parte do membro inferior direito. Sem parte da perna, ele utiliza uma prótese. E tem conquistado resultados expressivos, como nos Jogos Abertos do Interior, quando conquistou duas medalhas de ouro na disputa para portadores de deficiência (PPD).
Salmin foi campeão tanto na classe 8 (sua classificação) como na geral, nesta superando atletas com deficiência menor. “Comecei a treinar por incentivos recebidos de colegas de escola que praticam tênis de mesa. Percebi que o esporte se encaixava às minhas limitações físicas e fui me aprimorando e aprendendo a gostar do esporte”, conta Salmin, aluno da Fundação Educacional Dr. Raul Bauab.
Ele conta que hoje divide a rotina de treinamento intensivo de segunda a sexta-feira com os estudos. O sonho é participar de uma Paraolimpíada, mas sem deixar de lado a escola. “Para realizar meu sonho, preciso abrir mão de algumas coisas e passar a ter uma vida mais regrada para colher frutos amanhã.”
Paulo Salmin destaca ainda o incentivo dos pais e das técnicas Daniela Bassi e Gláucia Dyonisio, a quem garante ter profunda admiração. O mesa-tenista recebe apoio também da Secretaria de Esportes de Jaú e das empresas Drogaria Santa Cecília e Casa Peciolli.
Tatiane Luchesi Machado, 14 anos, é a maior medalhista entre os PPDs de Jaú. São 17 subidas ao pódio dos Jogos Regionais e Abertos. Ela compete há três anos, desde 1996, incentivada pelo seu professor de natação, Rinaldo Luchesi, o Bill. “Ele falou que seria uma boa e eu gostei.”
Quando ganhou sua primeira medalha, Tatiane diz que ficou “muito feliz”, mas admitiu que estava nervosa na hora de competir. “Nunca tinha ido e logo na primeira competição fui aos Jogos Regionais.” “É bom estar em competições. Mostra que temos potencial”, diz a garota que estuda na 8ª série da Escola Túlio Espíndola de Castro.
Ela é vítima da mielomeningocele, uma malformação que provoca a chamada “coluna aberta”. No caso dela, o problema ocorreu da cintura para baixo, deixando sem sensibilidade nas duas pernas. Por isso, quando nada, diz que precisa fazer muito esforço com os braços. Ela se encaixa na categoria F10, que vai de zero a 12, sendo que quanto menor o número maior o grau de deficiência.